sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Abra os olhos

-Olhe lá.
- Lá aonde?
- Ali, ali!
- O que tem lá?
- De uma olhada.
- Não vejo nada.
- Olhe com atenção.
- Não vejo nada.
- Preste atenção, atenção!
- Não vejo, meus olhos se encheram de lágrimas, não vejo nada.
- Então olhe além do que podes ver.
- Não posso ver.
- Então pense no que veria.
- Não sei pensar.
- Apenas olhe.
- Queria não enxergar, não queria ter visto o que vi.
- Olhe.
- não estou afim.
- OLHEE!
- NÃO!
-olhe, aquilo, o que te lembra?
- não quero me lembrar.
- Então pense.
-  Já disse que não quero pensar!
- Eu to mandando você olhar! Olha!!
- Se você não parar eu vou gritar.
- Então grite!
- Não quero mais.
- Então não grite.
- Aonde estou?
- Olhe.
- Não vou olhar.
- Então não olhe.
- Quero fugir.
- Então feche os olhos e fuja.
- Não quero pensar.
- Feche seus olhos.
- Não!
- Pra que tem olhos?
- Para ver.
- Então, veja.
- Não vou ver. Vou gritar e te bater!
- Não conseguirá tocar em mim.
- Por que nãao?
- Estou em você.
- Se você é eu, quem eu sou afinal?
- Quem você acha que é?
- Não sei.
- E quer que eu saiba?
- Vou te bater!
- Bata.
-Não te vejo.
- Porque tu não abriu seus olhos.
- Como posso ter fechado?
- Quando não percebeu o que a vida queria te ensinar.
- Como abro meus olhos?
- Parando de negar você.
- Não estou me negando!
- Esta vendo pessoas aqui?
- Não, e nem você.
- Cadê seu caminho?
- Não sei.
- Pra onde fugiria?
- Qualquer lugar.
- E se algo te pegasse?
- Morreria.
- Como se você ACHA que esta morta?
- Não acho que estou morta.
- Só depressiva?
- é, estou.
- E quando se deprime ajuda?
- Não.
- Gosta de dizer não?
- Não.
- Não vê nada?
- Não.
- Então porque não quer abrir?
- Você não existe.
- Se eu não existo, tu também não, certo?
- Saia daqui.
- Você existe?
- Queria não existir.
- Quer que eu saia e deixe tudo escuro?
- Esta tudo escuro.
- Vim aqui pra acender a luz.
- Então acenda!
- Abra teus olhos.
- Nãão!!!
- Vai viver nesse sufoco?
- Estou passando por uma coisa difícil.
- Precisa de ajuda?
- Não. Quero me ajudar sozinha.
- Mas você nem abre seus olhos para ver seu caminho.. Como quer "se guiar"?
- Não sei.
- Por que não abre os olhos?
- Não sei abrir meus olhos.
- Quer ajuda para abrir seus olhos?
- Não, quero abri-los sozinha.
- E se não conseguir?
- Viverei nessa dor e nessa solidão.
- E não prefere ter ajuda?
- Da onde você veio? E o que faz aqui?
 - Não é bom ter companhia?
- Quero sair desse lugar. Mas estou com medo.
- O que aconteceu com você? E porque esta aqui?
- Não tenho que contar minha vida pra você.
- Não prefere alguém pra discutir do que ficar sozinha nesse mundo escuro?
- Estou morta? por que tudo esta preto?
- Abra seus olhos.
- Não sei abrir.
- Quer ajuda?
- Não.
- O que aconteceu com você?
- Ei, você não era eu? Então porque não sabe?
- Uma parte imensa de seu corpo pede para abrir seus olhos.
- Quero chorar.
- Então, chore.
- Não posso, quero ser forte.
- O que aconteceu com você?
- Entrei em depressão. Perdi quem eu amava. A vida me levou.
- E não quer abrir seus olhos?
- Se abrir vou encontrar-lo novamente?
- Prefere quem ama você, ou quem você ama?
- Os dois.
- Então, antes de abrir seus olhos, chame pelo nome: - Jesus.
- Como posso confiar em você?
- Tem outra escolha?
- Esperar sentada, aqui.
- O que vai esperar?
- Um milagre!
- Quer que caia do céu?
- Se existisse céu...
- Não acreditas em céu?
- Não.
- Então, no que acredita?
- Outras vidas, outros mundos. Tem algo contraaa?
- Não. Cada um com sua crença. mas acredita em Jesus?
- Sim, e Deus também.
- Então grite por Jesus. Grite!
- Não dá. estou sem forças!
- Use as que tem! Vai, rápido!
Voop! a voz parou de falar. ela se sentiu sozinha. E naquele sufoco, gritou vários nomes, entre a família, amigos, e pessoas que conhecia, Sol e Lua, Chuva e Vento, tudo que podia. Mas nenhum saiam sons. Foi ai, que ela gritou, e com todas as suas forças resolveu sair de la. Fechou profundamente os olhos, bem forte, e gritou: - JESUS!
Nesse momento, aquele mundo se acabou, mas não ficaram vazios e grandes buracos. Demorou alguns anos para ela entender, o que na verdade, eram só 15 minutos.
A voz, voltou a falar:
- ei, bem vinda de volta! Só não se esqueça, de que estou em você, e que estive ali, observando cada passo que dava, secando suas lágrimas que não caiam mais, e eu estou aqui, e estarei lá e cá, junto contigo.
Ela quando viu quem queria e soube que ele estava bem, chorou, chorou de emoção.
Não viu ele, pois não tinha morrido, e sim sonhado. Mas nós vemos o que queremos ver.
A moça, estava em um hospital internada. Ela tinha uma doença onde não mexia seu coração, mas continuava vida. Parecia coma, mas não sabia fazer nada. Os médicos estavam prestes a desligar o aparelho e costurar seus olhos, até que o choro caiu sobe sua face. Choro de alegria, porque o de tristeza, naquele e em nenhum outro mundo (a não ser a Terra) consegue capturar, pois neles, existem coisas boas.
O escuro na verdade, era a falta de Deus e a falta dela mesma nela mesma.
Pedimos para ela fechar os olhos, e ver tudo aquele escuro, assim desejaria sair. Mas na verdade, ela estava ali mesmo, só não sabia pra onde olhar.
Quando não sabes para onde olhar, feche seus olhos, mas depois lembre-se de chamar por Ele, lembre-se que só fechou seus olhos, mas não saiu dali.


Texto não real. Feito por: Sabryna Grogia.


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